La Liberté guidant le peuple - Eugène Delacroix |
Dom João XVI |
A
Europa viu-se divida entre França e Inglaterra no final do século XVIII, quando
trabalhadores franceses cansados da opressão do governo absolutista da
monarquia lideravam uma revolta por melhoria de condições de vida no que ficou
mundialmente conhecida como a Revolução Francesa.
Dom João VI, Rei de Portugal,
mantinha vínculos com as duas nações em
conflito, mas recebera um ultimato para posicionar-se em relação à revolução.
Napoleão Bonaparte |
A aliança com a
Inglaterra lhe permitia usufruir da segurança da marinha britânica, a
melhor da época, porém essa decisão lhe custaria o trono uma vez que tropas de
Bonaparte se posicionavam na Espanha, prontas para invadir o território luso. A
aliança com a França pouparia Portugal das barbáries francesas, porém
resultaria no bloqueio de sua saída para o mar. Dom João decidiu aliar-se à
Inglaterra, mas temendo por sua vida, em 1808 deixa Portugal rumo ao Brasil,
trazendo consigo a corte portuguesa e dando início ao Período Joanino.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro |
Junto à corte
portuguesa Dom João trouxe todo o arquivo de documentos de Portugal dando
início à primeira biblioteca pública do Brasil, a atual Fundação Biblioteca
Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, pois sua intenção era governar Portugal
e Brasil em terras brasileiras.
Dom
João percebeu que necessitava formar intelectuais e professores no Brasil para
que a imagem de colônia se extinguisse e passasse a ter as características de
uma monarquia. Movido por essa razão e assistido por Araújo de Azevedo, o Conde
da Barca, promulga a instauração da Missão Francesa, que consistia em trazer os
intelectuais franceses para moldar a educação do agora Brasil Império.
Serradores - Debret |
Fizeram parte da Missão
Francesa, entre outros, Jean-Baptiste
Debret, famoso por retratar o cotidiano nas terras brasileiras e Joachim
Lebreton, um dos organizadores do Louvre.
A Missão Francesa, embora tenha encontrado muitas dificuldades, resultou
em um grande passo na educação brasileira, mesmo que voltada à elite. Ao final
dela o Brasil possuía, por exemplo, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a
Academia de Belas Artes, a Academia da Marinha (atual Escola Naval), a Academia
Real Militar (atual Academia Militar das Agulhas Negras), inúmeras
universidades que ministravam Medicina, Cirurgia, Química, Economia,
Agricultura entre outros.
Academia Militar das Agulhas Negras, Rio de Janeiro |
Seus integrantes, com o passar dos anos foram vistos
como subversivos e contrários à monarquia. Com o seu enfraquecimento muitos
integrantes voltaram à França e os que aqui ficaram tornaram-se professores
particulares, atividade comum naquela época.
Apoiados pela Inglaterra os portugueses expulsam os
franceses do território luso. Em 1820 eclode a Revolução do Porto, onde
cidadãos portugueses exigiam o retorno de Dom João à Portugal e a criação de
uma nova constituição.
Dom João temendo perder o trono caso não retornasse, decide, em 1821, deixar
o Brasil sob o comando de seu filho Dom Pedro I e retornar à Portugal.
O povo brasileiro, agora letrado, tinha senso crítico e não enxergava
mais a solidez da monarquia portuguesa, fato que resulta, um ano mais tarde, na
Independência do Brasil.