A web 2.0 é um claro exemplo do direito previso no inciso IV do art. 5 da nossa Carta Magna:
"é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"
Atentando-nos à primeira parte do inciso, que trata da "livre manifestação do pensamento", podemos aludir o espaço virtual como a antiga ágora grega, praça onde se encontravam as pessoas para discutirem filosofia e política, berço da democracia.
Quase todos os nossos alunos hoje são produtores de conteúdos na rede, seja por meio de blogs, redes sociais, ou qualquer outra plataforma virtual. A necessidade de mostrar a sua identidade e de se relacionar com pessoas de mesmas posições é algo inegável, tornando o ciberespaço em uma ágora virtual.
A partir da observação dessa mudança de cultura, cabe ao professor trazer essa realidade para dentro de sua sala de aula, pois a educação digital por si só, assim como o processo de ensino-aprendizagem, não existe sem uma intenção e intervenção pedagógica por parte do educador.
- Youtube pode ser palco para uma aula de revisão;
- Um grupo no Facebook pode ser um ambiente para troca de ideias, de conhecimento e compartilhamento de relatórios e folhas de aula;
- Uma conta no Twitter pode disseminar dicas e macetes para a fixação do conteúdo trabalhado em sala;
- Skype (assim como Youtube e Facebook) pode ser usado para intercâmbio cultural com alunos do mundo inteiro.
Assim como o fuzil na mão de um Soldado pode manter a paz e esse mesmo fuzil na mão de um bandido, a guerra, a web 2.0 será benéfica ao desenvolvimento escolar de nossos alunos se soubermos como utilizá-la a nosso favor, ou tecnicamente falando, se tivermos intenções pedagógicas para elas. Mas é muito mais cômodo eu proibir o uso de celulares e outros dispositivos tecnológicos que dê ao meu aluno acesso à web 2.0, onde esse é disseminador, consumidor e autor de conhecimento, a ter de me adaptar a essa realidade. Afinal, sala de aula é composta por um professor conhecedor de todos os mistérios que há entre os céus e a terra, 30 “sem luz” enfileirados, militarmente disciplinados e com suas cabeças conectadas a funis por onde passará todo o conteúdo dos antigos e amarelados livros que vomitarei sobre eles, além, é claro, do quadro negro e do pó de giz.
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