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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Conhecendo o Autismo

O trabalho a seguir foi feito por mim como um artigo para a faculdade, acrescido aqui, nesta primeira parte, das fotos do livro Echolilia, cujo modelo é o filho autista do fotógrafo americano Timothy Archibald.
A segunda parte deste trabalho, que trata do autista na sociedade, o papel da família e da escola será editada e postada posteriormente.

O psiquiatra austríaco Leo Kanner publicou em 1943 um artigo entitulado “Autisctic Disturbances of Affective Contact” (Distúrbios Austísticos do Contato Afetivo), descrevendo o caso de onze crianças com características em comum: indiferença aos laços afetivos, alterações de comunicação e linguagem e comportamentos inflexíveis quanto a rotinas.

Embora não se tenha ainda um exame capaz de diagnosticar o autismo, a observancia de aspectos específicos podem indicar o distúrbio e o diagnóstico feito ainda nos primeiros anos de vida garantem, por meio de uma intervenção pedagógica adequada, a amenização dos elementos que constituem o autismo, possibilitando ao mesmo a convivência com familiares e sociabilização em ambientes como escolas, faculdades e profissionais.


O artigo de Kanner deu início às pesquisas no ramo da Medicina e da Psicologia para a intervenção dos Transtornos do Espectro Autista.


Apesar de descrito em 1943, o termo “autismo”, do grego autos (próprio, de si mesmo), já havia sido citado nos autos médicos. Ao psiquiatra Eugen Bleuler atribui-se a origem do termo quando descreveu casos de crianças esquizofrênicas que tinham o isolamento social como característica comum.
Estima-se que exista um autista para cada 100 crianças nascidas.
As 3 principais características do autismo são:
  • Crianças autistas possuem forte incapacidade de criar laços afetivos, evitando olhares, abraços e muitas vezes reagindo com violência quando tocados.
  • Crianças autistas possuem retardo do uso de linguagem e de fala. Não é incomum observar crianças autistas aprendendo a falar aos 3 anos de idade. A necessidade da criança de se relacionar com os adultos a sua volta lhe conduz à linguagem gestual e à fala a partir dos 2 anos de idade. Como a criança autista não depende deste laço afetivo, é plausível tal retardo.
  • Crianças autistas possuem forte obsessão a rotinas e aversão à quebra das mesmas, hábitos motores repetitivos e apego a objetos incomuns.
“O Autismo na primeira infância é consequência do desejo dos pais de que o filho não existisse”. A frase do psicólogo Bruno Bettelheim na década de 60, exprime bem a ideia da causa do autismo que se tinha na época. Embora ainda não exista um exame que confirme o diagnóstico autista, sabe-se hoje que a causa mais provável é a interação de alterações genéticas e ambientais, uma vez que observa-se alterações congenitas no cérebro do autista.
O processo de conhecimento das causas do autismo ainda intrigam médicos no mundo inteiro. Sabe-se pouco sobre suas causas e os métodos de diagnósticos, embora um pouco mais precisos atualmente, diagnosticam tardiamente o transtorno, dificultando o seu tratamento.

Os transtornos do Espectro Autista

Deu-se o nome de Transtornos do Espectro Autista (TEA) ao conjunto de particularidades que caracterizam o autismo. Alguns autistas possuem habilidades geniosas para matemática e artes, ao passo que outros mau aprendem a falar.
Além da Síndrome de Kanner, ou Autismo Clássico, cujas características já foram abordadas anteriormente, segundo o DSM. IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), da Associação Americana de Psiquiatras, as síndromes de Asperger e Rett e o Transtorno Desintegrador da Infância constituem os espectros autistas.


  • Síndrome de Asperger: Em 1944 o pediatra austríaco publicou um artigo entitulado “Die 'Autistischen Psychopathen' im Kindesalter" (A psicopatia Autista na Infância), onde descreveu um grupo de crianças que possuíam dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos, porém sem debilidade de fala ou linguagem.
    Crianças com Síndrome de Asperger tendem a um vocabulário formal e de entonação peculiar. O interesse excessivo por assuntos específicos os tornam distantes do convívio social. O americano Jacob Barnett, diagnosticado com a síndrome aos 2 anos, é mestrando hoje, aos 14, em Física Quântica. Seus estudos em Astrofísica são possíveis ganhadores de prêmios Nobel.
  • Síndrome de Rett: Dentre os transtornos do Espectro Autista, o transtorno de Rett é o de maior facilidade de diagnóstico, uma vez que caracterizado por uma mutação no cromossomo X, a incidência em meninos não é conhecida. Ocorre normalmente entre o 5º e o 6º mês de vida da menina.
    As principais características são: forte atraso mental, ausência de atividade funcional com as mãos, isolamento, desenvolvimento tardio do andar, com rigidez, desforme e degenerativa até chegar à adolescência, quando perde-se a capacidade de andar e microcefalia gradativa, uma vez que a cabeça cresce em rítmo menor que o resto do corpo.
  • Transtornos Desintegrador da Infância, ou Síndrome de Heller: Caracteriza-se, além dos aspectos elencados por Kanner, por uma perda gradativa das habilidades adquiridas nos primeiros anos de vida da criança além de delírios e alucionações. Pouco ainda se sabe sobre as causas desse transtorno e seu diagnóstico deve ser feito entre 2 e 8 anos.
  • Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD): O DSM-IV reconhece como TGD os transtornos que não se tem certeza de sua classificação. Reflexo do pouco conhecimento que se tem atualmente acerca do Espectro Autista.

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